A rota de escritoras brasileiras sefarditas no Brasil contrasta com o caminho literário percorrido pelos demais escritores judeus brasileiros, nas órbitas literárias e culturais. O grupo visado compõe-se de uma parcela minoritária ao lado da já consagrada minoria literária asquenasita. Minha apresentação inclui questões tais como a razão ou as razões pela diferença temporal da ocorrência literária sefardita (composta quase exclusivamente por mulheres) no Brasil, a que se acrescentam discussões sobre seus valores e sua contribuição para um reconhecimento dos mesmos nas esferas de leitores e críticos da literatura brasileira. Esta carência me leva a incluir quatro escritoras de origem sefardita que praticamente inauguram o legado sefardita no panorama literário do Brasil. São elas: Adriana Armony (Rio de Janeiro, 1969) é autora de três obras e colaboradora de uma coletânea. Seu livro Judite no país do futuro (2008) faz parte deste exame. Tatiana Levy Salem (Lisboa, 1979). A chave de casa (2007), seu primeiro romance, é o objeto deste estudo. Leonor Scliar-Cabral (Santa Catarina, 1929), é autora do livro de poemas Memórias de Sefarad. (1994) Menos conhecida foi Sultana Levy Rosenblatt (Belém do Pará, 1907- 2007, McLean, Va). Alguns de seus romances, como Reviravolta (1978) trazem passagens da vida judaica sefardita na região amazonica, reduto de uma comunidade marroquina judaica.